II Encontro Nacional de Sementes Evidencia Projeto Sementes da Gente em Minas Gerais


Publicado há 13 anos, 10 meses


Sementes colhidas durante mobilização da Campanha Sementes da Gente em Itinga
Práticas comunitárias promovem mobilização social e preservação das sementes crioulas
Regimere Santos e Myrlene Pereira - comunicadoras populares da ASA
Maceió - AL
07/07/2011
A oficina de mobilização social e gestão comunitária dos bancos e casas de sementes, realizada na manhã do segundo dia do Encontro Nacional de Sementes, que está acontecendo em Maceió (AL), trouxe as experiências do Ceará e de Minas Gerais. A apresentação dos dois estados trouxe elementos do processo histórico e organizacional das casas de sementes e do acompanhamento aos bancos familiares.

Nilton Fábio Alves, de Minas Gerais, contou sobre as experiências da Campanha Sementes da Gente promovida pela Cáritas REgional Minas Gerias, e do estímulo aos campos de produção, uma iniciativa das casas de sementes para manter a qualidade das sementes tradicionais. Como resultados das casas de sementes, Fábio elenca, além dos campos de produção, a conservação pelas famílias, os campos de ensaio e as feiras de trocas de sementes. Os agricultores Valteir e Jaime complementaram a apresentação falando da gestão das casas, que geralmente é feita por uma comissão de quatro pessoas e nas quais se procura incluir jovens e mulheres.

Segundo Alessandro Nunes, do Fórum Cearense pela Vida no Semiárido, as mobilizações para a formação das casas de sementes no Ceará surgem como uma forma de resistência a um período de repressão e uma alternativa para superação da seca de 1970, que assolou todo o estado. Apesar de comporem uma rede, as casas funcionam de forma independente, cada uma planeja seus critérios e regimentos. Além de guardar as sementes, essas casas trabalham com a implantação de roçados coletivos e o acompanhamento aos bancos familiares.

Seu Everaldo é guardião da semente crioula em Sergipe | Foto: Aparecida Amado
No debate, os agricultores e as agricultoras puderam socializar suas experiências e tirar dúvidas sobre o que foi apresentado. Os principais pontos levantados se deram em torno dos processos de mobilização, devolução das sementes, a valorização dos bancos familiares, a purificação e preservação das espécies e da necessidade de ampliação das experiências e intercâmbio entre os estados.

“Depois do I Encontro de Sementes ampliamos os bancos familiares para fortalecer o coletivo e passamos a trabalhar outras coisas como agroecologia e manejo da Caatinga”, ressalta seu Everaldo, de Poço Redondo, no Sergipe, ao falar da importância dos intercâmbios.

Enquanto sugestão, o grupo propôs o aprofundamento da temática das sementes na ASA e uma campanha ou programa de sementes, onde possa se ampliar a discussão em todos os estados.

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